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PARTE 16

Reputações antigas, cépticos honestos e "professional debunkers".

 

 

 

Zacharia Sitchin foi um dos investigadores que mais ficou a perder com o escândalo das teorias inicialmente mal fundamentadas de Erik Von Danniken. Isto de um ponto de vista da ciencia séria projectada pelos media americanos que depois serve de referência ao mundo no que toca á opinião do leigo cidadão comum que vê os senhores cientistas na televisão e confia plenamente que apenas ouve toda a verdade e nada mais que a verdade sobre tudo o que há para saber sobre os assuntos.
Outrora um Académico de renome respeitado até nos EUA e quase um herdeiro legítimo das investigações iniciais de
Carl Sagan a propósito de Antigos Astronautas (ver capítulo mais atrás), Sitchin apesar dos, seus profundos conhecimentos sobre a civilização Suméria, foi bastante prejudicado por ter apresentado os resultados do seu próprio estudo sobre o tema precisamente no áuge da controvérsia envolvendo Von Danniken.

Da noite para o dia a ciencia oficial transformou Sitchin num novo Danniken e assim permaneceu até á sua morte, o que não deixa de ser bastante injusto pois ainda Carl Sagan não tinha começado a estudar o tema e já Sitchin tinha mais de dez anos de pesquisa que culminou na apresentação de resultados no final dos anos 70 com o seu primeiro livro, o conhecido , "O 12º Planeta".

 

Todo o seu trabalho efectuado durante décadas quando junto com Sklovskii foi um dos pioneiros da Tese Arqueológica Extraterrestre que levaria Sagan a também se interessar tão sériamente pelo asunto, de repente já não era merecedor de credibilidade com o nome de Von Danniken constantemente a ser usado como "prova" de que Stichin não tinha conhecimentos válidos sobre o assunto.

Ainda por cima tanto Danniken como Sitchin defendiam básicamente a mesma teoria sobre Antigos Astronautas e portanto lógicamente seriam ambos impostores sem credebilidade ao olhos de uma ciencia que a partir do escândalo provocado pelo assunto Danniken, não poderia nunca mais voltar a associar-se a tais teorias aos olhos do público.

Básicamente Danniken tinha conseguido não só, tornar popular o tema, como ficar milionário com esse facto (algo que os ditos cépticos não lhe perdoam) e ainda por cima foi o maior responsável para a existência do actual "ghetto" não mediático por onde todo e qualquer investigador sério tem de passar pelo menos uma vez na vida se decidir estudar assuntos que  são ridicularizados oficialmente.

Outrora um sábio conceituado a nível internacional dentro da sua área, Zaccharia Sitchin passou imediatamente para a "segunda divisão" mediática, longe das câmaras e dos holofotes oficiais que não podiam de modo nenhum continuar apontados para este tipo de investigação, por muito séria que continuasse a ser. Porque afinal, como se não bastasse Danniken, ainda por cima havia a nova história a propósito da "Face on Mars" que não poderia ter vindo em pior altura.

Mas Sitchin continuou a insistir. Do outro lado do oceano Atlântico, longe dos oficiais documentários da Nasa e equivalentes académicos na area da história comprovada (independentemente do critério), o veterano especialista continuou o seu trabalho publicando os seus resultados e conclusões em vários livros que irónicamente se tornaram bem populares precisamente por causa de Von Danniken ter mediatizado o assunto em todo o mundo um par de anos antes.

 

Começa o sucesso de vendas para Sitchin, começam os ataques pessoais.

Tal como veio a contecer depois a Hoagland e associados, primeiro ataca-se o trabalho, depois contesta-se o cúrriculo e finalmente prova-se tudo pelo facto de que a prova em contrário já foi "oficializada" por quem realmente sabe do assunto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Após ter sido obrigada a disponibilizar documentação sobre Marte, a ciencia/Nasa, voltou á carga contra Sitchin, já que Von Danniken ninguém levava mais a sério desde os anos 70.

Além de inúmeros sites cépticos não assinados, alguém parece ter arranjado também uma espécie de

" pistoleiros oficiais" que apareciam em tudo o que era oportunidade mediática practicando o chamado "debunking" e tentando dar a maior má imagem possivel de quem apenas pretendia fazer um trabalho, que se não fosse o escândalo Von Danniken provavelmente hoje estaria a ser feito pela própria Nasa de uma forma aberta.

Ainda mais curioso foi um dos novos "especialistas" sobre culturas e linguagens antigas que a ciencia (americana) "oficializou" nessa estar precisamente ligado profissionalmente a quem o apoiava académicamente nas suas conclusões. Coincidência certamente.

Este novo especialista na tradução de documentos antigos, (Michael Heiser), ainda hoje contesta toda e qualquer tradução fruto da experiência de Sitchin e desmistica tudo o que o autor escreveu sem excepção mantendo constantemente Sitchin "debaixo de fogo" académicamente falando.

São tudo lendas, metáforas inconsequentes e histórias de povos primitivos que precisavam de adorar deuses e humanizar eventos naturais.
Curiosamente nunca aparece referido que Heiser
faz parte da franja evangélica americana que pretende provar em definitivo que tudo o que a Bíblia ensina é pura verdade histórica.

Mas sobre o fascinante mundo da "ciencia Evangélica americana" poderão encontrar mais detalhes aqui.

 

 

 


 

 

 

 

 

 

Até porque o leitor não imagina certamente que um dos mais populares e conhecidos astrónomos de renome contemporaneos que se farta de aparecer em documentários na televisão a desmistificar tudo e todos e que é totalmente levado a sério e tido como cientista de verdade pelos debunkers amadores, na realidade já afirmou públicamente por muitas vezes que apenas está na ciencia para provar de uma vez por todas que a Biblia é a única fonte de conhecimento válido e principalmente tornou-se astrónomo para demonstrar que no universo não há mais vida para além da Terra, porque na Biblia está escrito que Deus apenas criou vida no nosso planeta e pronto !

Mais sobre isto em grande detalhe na secção sobre debunking e religião,  pois não deixa de ser absolutamente hilariante como muitos daqueles cíentistas denominados "a sério" pelos cépticos estejam na ciencia apenas para a usar, de modo a fundamentar a palavra da Bíblia e nada mais.

Continuam no entanto no mainstream a surgir em documentários como se tivessem muito mais credibilidade cientifica do que qualquer outro cientista independente apelidado pelos cépticos de pseudo.

O que não deixa de ser um autêntico paradoxo para quem está mais atento, pois estes cientistas estão na ciencia com uma agenda pessoal religiosa que ainda tem principios menos científicos do que aqueles que muitas vezes estes mesmos cientistas depois aparecem a desmistificar na televisão em produções aparentemente sérias e muito cientificas aos olhos do céptico comum.

Vivemos num mundo em que basta uma pessoa aparecer num documentário mainstream sobre ciencia para que o típico debunker o considere imediatamente um sábio eminente que não se pode comparar aos tais pseudo cientistas que nem aparecem nos telejornais nem nas conferências da Nasa, nem nada...

O que não podia ser mais contraditório com toda a lógica baseada na ciencia que os debunkers e cépticos amadores tanto afirmam seguir e defender, em deterimento de quem como eu se interessa sériamente pela hipótese postulada pelos membros da ciencia independente.






 


 

 

 

 

Da próxima vez que virem um astrónomo conceituado como o Dr Hugh Ross postular contra qualquer possíblidade de puder existir vida extraterrestre em documentários mainstream, depois não se esqueçam de confirmar de onde o senhor vem, pois apesar de realmente ser um cientista de verdade, está na ciencia essencialmente para comprovar a Bíblia.
Embora bem mais moderado (até por causa da sua faceta mais pública), pertence à mesma franja evangélica americana que desde há vários anos vem conseguindo substituir as aulas de ciencia por aulas de conteúdo biblico em muitas escolas do interior dos estados unidos, o que tem causado grande polémica sobre a liberdade religiosa em certos estados pelo interior da américa e inclusivamente já levou

à criação das chamadas universidades cristãs onde se ensina que os dinossauros foram criados pelo demónio para enganar os crentes e se divulga o criacionismo.
 

Pelo meio de tudo isto o trabalho de Sitchin continua a ser públicamente desmontado por um cientista a sério que acima de tudo tem como background o facto de defender como facto histórico o que é relatado na Biblia. Logo se as conclusões do trabalho de Sitchin pela sua popularidade são uma ameaça efectiva á filosofia religiosa que Michael Heiser enquanto especialista defende, tirem daí as vossas conclusões antes de compararem o trabalho dos dois, ou lerem qualquer análise "científica" na internet sobre as traduções de Sitchin, pois muito do que existe contra o seu trabalho é fruto da argumentação de quem acredita que a Bíblia é um documento factual e como tal se lá não se fala em dinossauros é porque eles nunca existiram, claro está, de acordo com a fascinante lógica da "ciencia cristã americana".

E assim vai a reputação de um Sitchin que dedicou toda a vida ao conhecimento, em busca apenas de uma resposta a uma pergunta que segundo os padrões modernos da ciencia oficial nem deveria sequer ter sido formulada por um cientista a sério. O que não deixa de ser ainda mais incrível, pois até parece que o mainstream se esqueceu completamente que o "santo" Carl Sagan reverenciado por todos os debunkers como sendo o simbólo dos cépticos começou ele mesmo por ser aquilo que eles designam um pseudo cientista e um dos primeiros proponentes de uma investigação séria sobre a teoria dos antigos astronautas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sitchin nos últimos anos antes de falecer passou mais tempo a defender-se de ataques do que a produzir trabalho. Mal um novo ataque surgia em relação ás suas pesquisa,  todos os websites cépticos subitamente eram actualizados com as novas "provas" de que Sitchin podia não ser um mentiroso, mas não passava de um velho gágá que já nem sabia o que traduzia e portanto só podia ser merecedor de pena apesar de ter tido uma carreira incontornável na área. Esta última observação,  é a nova dos "debunkers" profissionais, agora que o senhor morreu e portanto é políticamente correcto mostrar alguma contenção.

 

Curioso é o facto de ao mesmo tempo que atacam as credenciais de Sitchin, por outro lado reconhecem que o seu contributo ao longo da vida foi de um mérito inegável para o avanço do estudo das Linguas Antigas, o que não pode deixar de ser considerado uma afirmação bastante contraditória para quem passa a vida a fazer "debunking" oficial e argumentava que o velho sábio não tinha conhecimentos reais sobre o que pretendia traduzir. Há aqui algo que não tem qualquer lógica.

O facto é que se alguma vez se vier a comprovar tudo o que se pensa sobre a tese arqueológica de Marte, a verdade é que os supostos (modernos) erros, interpretações incorrectas e enganos de Sitchin de repente poderão passar de novo a serem considerados momentos de génio académico como já o foram um dia e com toda a certeza ainda voltarão a ser, pois tudo isto poderá muito bem estar ligado entre si.

Resta dizer que longe da mediatização "documentárica" americana ou patrocinada por fundos dos EUA, niguém duvida sequer das capacidades de Sitchin como académico e conhecedor profundo daquilo que fala. Obviamente que ninguém o apoia mediaticamente nas suas conclusões, (por causa do "sindroma Danniken"), mas também ninguém o contesta pois é ópinião geral fora da américa que Sitchin foi simplesmente o maior especialista contemporaneo em Linguas mortas do Médio Oriente e com mais de 50 anos de experiência no que toca ao estudo das Linguagens Antigas do inicio da civilização humana.

Bastante respeitado na Europa e principalmente na Rússia, as opiniões de Sitchin podem parecer saidas de um livro de ficção-cientifica mas ninguém o acusa de ser charlatão e muito menos incompetente ou sequer velho gágá como aconteceu constantemente nos estados unidos.

A posição oficial longe da ciencia mediática americana, é que apesar da ciencia discreta não se envolver oficialmente no assunto, ao menos espera para ver e está atenta. As obras de Sitchin são inclusivamente usadas como referência por arqueólogos precisamente por poderem conter algumas indicações sobre locais onde se poderão efectuar descobertas históricas importantes (um legado da história da descoberta de Troia sem dúvida). O que deixa os "cépticos profissionais" sempre encostados á parede quando alguém se lembra de referir o assunto, pois se as qualificações académicas de Sitchin não valem para suportar a tese arqueológica extraterrestre, também supostamente não deveriam também valer para o resto.

 

Afinal uma má tradução deveria ser sempre uma má tradução e não apenas quando convém usar esse argumento para dar má imagem a Sitchin ou de quem usa os seus estudos para apoiar qualquer outra conclusão. Não deixa de ser curioso que a "ciencia da Nasa" nunca tenha aceite um confronto directo de ideias  também com Sitchin.

Os bons debates com académicos cépticos foram sempre na Europa, Médio Oriente (onde é bastante respeitado) e Ásia.

E sempre com uma conclusão intelectualmente justa para ambos os lados. Ou seja o que Sitchin propõe no seu trabalho, pode parecer saído directamente de Hollywood mas ele já estudava o assunto em detalhe ainda Hollywood não tinha sequer começado a fazer filmes de Ficção-Cientifica com monstros de cartão e naves com fios.

Este ideia de que são os filmes que influênciam estes assuntos e não o contrário, só pode mesmo sair da cabeça de gente sem qualquer imaginação ou conhecimento do que pretende criticar.

Tendo ou não algo a ver com o assunto de Marte, a teoria de Sitchin neste momento é incrivelmente dificil

de ser comprovada a todos os níveis mas vamos lá continuar a estudar o assunto em vez de o enterrarmos pura e simplesmente. Afinal quantos factos supostamente históricos aceites hoje em dia como tendo sido reais não foram eles próprios baseados em provas tão subjectivas como as que Sitchin apresenta ?

 

A verdade é que para uma sociedade poder manter a sua identidade há que existir uma História oficial.

E essa necessidade cria consequentemente este tipo de problema de exclusão para quem a contesta. Agora não é razão para que se torne essa versão numa espécie de dogma tão herméticamente preservado através do desprezo académico, que depois não permita haver espaço para opiniões se calhar mais "fantasistas" mas não menos realisticas do que o oficialmente aceite.
Como disse
Einstein um dia: - "Imagination is more important than knowledge", porque sem imaginação nunca se pensaria nas ideias que depois um dia poderão vir a ser científicamente comprovadas.
 

Por exemplo no caso das propostas de Sitchin, a serem comprovadas seriam mais um complemento para aquilo que não se sabe ainda, do que uma afronta aos factos estabelecidos.

A verdade é que não há factos estabelecidos, mas apenas a versão oficial estabelecida para as origens repentinas da civilização Suméria que oficialmente como todos nós aprendemos, não tiveram nada de repentino claro está. Até porque nunca se iria ensinar ás criancinhas que logo no principio a nossa história tem buracos de milhares de anos. Convencionou-se tornarem-se oficiais meras hipóteses e agora estas parecem de pedra e cal com um lugar na história que não deveriam ter mas que precisa de existir para manter o status quo académico estabelecido.


As teorias de Sitchin apenas preencheriam os tão famosos "missing links" de que a história humana é composta.

E a injustiça desta moderna polémica é que basicamente toda a contestação acusatória vem de académicos americanos ou de quem depende dos seus súbsidios no que toca a projectos de prestígio. Tal é o dominio americano mediático no que respeita e este assunto, que quando o tema é apresentado ao grande público, nunca se narra ou explica todo o historial da situação e apenas se mostram entrevistas a cientistas do lado de quem produz essas oportunidades de conhecimento como se tudo o resto não importasse e só pudesse existir uma versão séria do assunto digna de ser tida em consideração sem esquecer a benção para que os cépticos a citem nas suas investidas de debunking pelo mundo fora.

Os populares documentários são um bom exemplo. Procurem na internet e 99% das acusações contra Sitchin provêm de páginas americanas de académicos que aparentemente são muito mais conhecedores da verdade do que aqueles que têm opiniões favoraveis a Sitchin e até não colocam de parte o trabalho dele.

Se algum dos leitores tiver seguido o percurso do senhor ao longo de pelo menos estes últimos 20 anos teve oportunidade de ver pelo menos cinco documentários com o selo do Discovery Channel em que muitos cientistas americanos (em origem e em profissão) arrasam por completo o trabalho dele considerando-o banal e mais uma vez comparando-o a Von Danniken como prova das suas afirmações.

E quem é entrevistado em defesa do velho académico ? Ninguém.

 

Ninguém em documentários americanos.

 

Nos dois programas onde abordaram o assunto que passaram ha uns anos na RTP2, um inglés e o outro alemão, pôde ver-se que afinal a ciencia não é aquele intelectual bloco mónólitico cheio de certezas que o público leigo encontra nos programas mediatizados e felizmente ainda existe muito maior abertura a estes temas por parte da comunidade cientifica fora do mainstream americano ou académico geral do que os cépticos pensam.

 

Outro ponto bem claro também, é que pelo visto a ciencia Russa também não tem grande problema em discutir o assunto sem qualquer tábu ou pretenções de ridicularização.

Aqui vão uns links sobre Sitchin, inclusive um que contem vários artigos que mostram a diversidade de opiniões que pode haver sobre o autor e como se pode ser céptico sem seguir um estilo agressivo mas sim construtivo colocando questões e confrontando ideias e possiveis erros nas interpretações. Afinal ninguém diz que o Sitchin também acertou em tudo.



Nota de 2014: Inicialmente tinha bastantes mais exemplos mas infelizmente

esses links já não se encontram activos por isso restam os que se sequem.

 

 

http://www.dcsi.net/~bluesky/bs5.htm

 

http://www.sitchin.com/

 

http://www.mars-earth.com/sitchin.htm

 

 

 

E chega de Sitchin.

A SEGUIR: Extraterrestres, Hollywood e "Maus Astrónomos".

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