FACE ON MARS
PARTE 06
"Testes exaustivos, resultados curiosos e reviravoltas surpreendentes com a chegada de Tom Van Flandern."
Voltemos um pouco atrás, pois é importante regressarmos novamente às origens da polémica.
No final dos anos 70, inícios de 80, após DiPietro e Molenaar desenterrarem o assunto este começou logo a obter alguma atenção graças a várias investigações independentes e ainda sem qualquer conotação conspirativa, foram pensados 8 testes para determinar a possibilidade da Face on Mars ser de origem artificial.
Da primeira bateria de testes, 5 deles tiveram como resultado a demonstração da origem artificial e 3 deles indicaram uma origem natural.
Anos depois no entanto, um desses 3 testes iniciais que apontavam para a naturalidade sofreu também ele uma reviravolta quando se demonstrou em fotos subsequentes que afinal a Face on Mars tinha características simétricas. Tanto de um lado como do outro, aquelas zonas que seriam então identificadas como , olhos, nariz, sobrancelhas e boca , acabaram por ser confirmadas também do lado oposto da anomalia.
Segundo os especialistas, a existência de tantos detalhes ao mesmo tempo, no mesmo local desafiam as estatísticas de probabilidades para que tais coincidências tenham sido formadas naturalmente.
Neste caso, não é a possibilidade de coincidência em si que está a ser descartada, mas a possibilidade de existirem tantas coincidências ao mesmo tempo no mesmo local.
Sendo assim o resultado passou a ser o de 6 testes que apontavam para artificialidade contra dois que apontavam para a naturalidade.
Esses últimos dois testes, propostos pelo já falecido astrónomo Tom Van Flandern, que na altura se tinha recentemente interessado pelo tema, acabaram por ter inclusivamente também um efeito de reviravolta na sua posição pessoal sobre Cydonia. Tom Van Flandern (à data, director do observatório astronómico naval norte americano e um dos astrónomos mais conceituados na sua área) é pois outro bom exemplo do quanto este tema apenas pertence ao campo da Teoria da Conspiração na cabeça dos cépticos e principalmente dos debunkers. Normalmente há sempre o argumento de que a Teoria Arqueológica não pode ser levada a sério pois nenhum cientista verdadeiro olharia duas vezes para esta questão. Pois bem Tom Van Flandern é mais um exemplo contrário disso; o exemplo de um conceituado astrónomo mainstream que um dia olhou seriamente para a questão de Cydonia e por ter encontrado nela muito do que não esperava, acabou ele próprio por se ver enredado no campo dos tais pseudo-cientistas.
Sem qualquer problema para ele, diga-se de passagem pois sempre conviveu optimamente com os ataques de debunking amadores. Até porque profissionalmente nunca houve nenhum que lhe tivesse feito mossa e foram poucos os que sequer tentaram atacar-lhe as credenciais científicas para concluir legítimamente o que depois veio a concluir.
Inicialmente proponente da explicação natural, também Van Flandern mudou de direcção quando os seus dois testes sofreram uma reviravolta nos resultados de forma inesperada.
Anos atrás Van Flandern tinha postulado que se a Face on Mars tivesse sido realmente criada por uma civilização extinta num passado remoto com o objectivo desta “escultura” ficar como registro da sua presença naquele mundo, o local ideal para alguém a ter colocado seria o equador de Marte de modo a aumentar as hipóteses de ser imediatamente visível por futuros visitantes em aproximação do planeta, qualquer que fosse o seu ângulo de entrada.
Outra condição proposta por Flandern seria a de que eventualmente quem construiria algo assim apontaria a sua criação para cima de forma rectilínea em relação ao equador de forma geométrica. Acontece que ao se verificar a localização onde a Face on Mars foi descoberta, esta não só não correspondia de todo ao equador, como a sua inclinação apontava para um ângulo ligeiramente inferior àquele que seria lógico existir se a intenção fosse deixar um monumento apontado directamente às estrelas como cartão de visita para astronautas futuros.
Sendo assim os resultados e evidências não apontavam para uma artificialidade pois o posicionamento da Face on Mars não parecia ter absolutamente nada de relevante na altura.
Até que um dia em Dezembro de 1996, um ouvinte de um dos debates na rádio em que o astrónomo participava, comentando precisamente este assunto, contactou Tom Van Flandern e fez-lhe ver o seguinte…
Já na altura era proposto e actualmente aceite, que Marte terá tido um passado cataclísmico ao ponto de não só ter ficado com um dos lados do planeta completamente devastado por crateras como principalmente por ter tido os seus pólos inclinados num ângulo acentuado que difere de tudo o que se encontra no sistema solar. Muito certamente como resultado do apocalíptico bombardeamento de asteróides que terá sofrido nessa época incrivelmente remota e que terá destruído uma das metades do planeta. A tal ponto que ainda hoje se encontra cheia de cicatrizes geológicas ao passo que a outra metade em comparação é bastante suave e plana.
Pois bem, Tom Van Flandern, partindo do principio que um cenário apocalíptico como esse seria suficiente para extinguir uma civilização que existisse no planeta, refez os seus cálculos relativos a Cydonia e à Face on Mars e obteve o resultado que o fez passar automaticamente para o campo dos tais cientistas que supostamente segundo os cépticos serão pseudo apenas porque continuam a defender a artificialidade de muita coisa que ainda estará conservada pelas areias do nosso planeta vizinho.
Não só a inclinação da Face on Mars ganhou outra perspectiva como principalmente todos os cálculos demonstraram que o local em que hoje se encontra, fica exactamente onde anteriormente à mudança devido à inclinação dos pólos, estaria precisamente localizado o antigo equador de Marte !!
Mais uma vez se demonstrou que esta comunidade independente é composta por cientistas tão legítimos como quaisquer outros quando graças a estes novos dados sobre o posicionamento da anomalia, os cientistas independentes conseguiram rumar a Washington e novamente pressionar politicamente a Nasa para que em Dezembro de 1997 a Face on Mars fosse de novo fotografada.
Isto para grande irritação do Dr. Michael Malin (ainda em controlo de todas as câmeras enviadas para Marte nas missões que se sucederam “ao desaparecimento” da Mars Observer) e que foi mais uma vez obrigado a tirar fotografias de um objecto que oficialmente sempre afirmou não lhe interessar de todo… O que não deixa de ser curioso, pois apesar desse desinteresse oficial ao longo dos anos, a verdade é que mais tarde veio a notar-se que a região de Cydonia foi até hoje a zona do planeta mais fotografada por Malin.
Após a comprovação da antiga localização do equador marciano, Tom Van Flandern tinha agora uma nova questão que poderia dar ainda mais validade aquilo que também ele já começava a levar bem mais a sério.
Se existisse uma estrutura em forma de rosto na superfície de Marte, quem a tivesse esculpido teria eventualmente esculpido mais detalhes e portanto a aposta seguinte seria descobrir se existiria realmente algo mais na Face on Mars do que aquilo que se conhecia das fotografias até então.
Nomeadamente, a poder comprovar-se a existência não só das linhas principais que definiam a estrutura geométrica da cara, mas principalmente a descobrir-se algo semelhante a sobrancelhas, olhos/íris, ou até mesmo dentes seria mais um passo na comprovação da artificialidade da forma do monte independentemente do que a Nasa continuasse a dizer sobre o assunto.