2004 - Texto original. ©2004-2014 Luis Filipe R. Peres
Proíbida qualquer cópia para publicação lucrativa não autorizada.
INTRODUÇÃO
"Só necessitamos de um corvo branco para provarmos que nem todos os corvos são pretos."
- Provérbio nativo americano.
Haveria logo muito para dizer, mas para não tornar este texto maçador, vou tentar dividir alguns dados menos apelativos por todo o conteúdo desta minha longa exposição quando for necessário destacar algum pormenor mais lateral.
Idealmente este trabalho seria apenas sobre o que há de fascinante e anómalo espalhado por todo o planeta vermelho, mas infelizmente pelo menos metade terá que ser sobre o seu historial á medida que intercalo com o que de mais interessante já existe hoje sobre os temas para se mostrar.
Se apenas me focasse em mostrar exemplos daquilo que indicia a legitimidade de todo este tópico, este trabalho seria apenas mais um entre muitos onde os autores apenas atiram fotografias para o ar e depois esperam que o céptico interessado simplesmente as aceite sem ter qualquer base para o fazer.
Desde já é melhor deixar bem claro que qualquer incoerência ou contradição nos dados que apresentarei de seguida será da minha inteira culpa e responsabilidade, pois o leitor não imagina a quantidade de informação já há disponível sobre tudo isto, acumulada nestes mais de 35 anos de polémica e investigação e portanto por muito que eu queira vai ser impossivel apresentar-lhes este tema sem dar a ideia de que muitas das coisas estão cheias de buracos. Não estão.
Sobre cépticos, debunkers e pseudo cientístas, para começar.
Se não for pedir muito, agradecia que os mais cépticos, partam pelo menos do principio que os nomes que vou citar, são pessoas crediveis, conceituadas no seu meio (apesar das suas opiniões) e com currículos exemplares na sua área de especialidade dentro da chamada "ciência a sério". Todos são cientistas -de verdade- e ninguém será propriamente um leigo que gere na cave um website sobre conspirações marcianas (como certamente este agora será considerado por muito boa gente).
Se há uma grande diferença entre este campo e o da Ufologia está precisamente aí. O núcleo de pessoas que iniciaram a divulgação deste assunto não partiu do grande público mas sim de cientistas tão comuns como quaisquer outros e que de repente um dia passaram a ganhar fama de "pseudo" apenas porque tentaram divulgar um tema que mereceria ter sido imediatamente discutido abertamente pelo sistema académico mainstream, mal as primeiras fotos enigmáticas chegaram até nós a partir do início dos anos 70 culminando na descoberta da famosa "Face on Mars"; que ao contrário do que muita gente julga tem ainda muito que se lhe diga.
Na verdade se o assunto se tornou tabú para o sistema mainstream, muito se deveu aos resultados das primeiras análises científicas feitas ainda sem qualquer pressão ou aura de ridículo ao seu redor.
Foi graças aos excelentes resultados que desde princípio sempre apontaram para a forte probablidade de existirem ruinas enterradas no solo marciano, que tudo isto teve de ser imediatamente silenciado ou desacreditado por um sistema científico que na altura não sabia, não queria, ou não podia lidar com o assunto; especialmente a nível de grande público não só com todas as implicações politicas, sociais, religiosas mas acima de tudo principalmente económicas e científicas que uma descoberta deste género acarretaria quando oficialmente revelada.
A partir daí foi a bola de neve. Por detrás de indecisões surgiram polémicas, acusações e encobrimentos.
Uns propositados, outros porque a certa altura já não havia mais nada que o próprio sistema oficial pudesse fazer pois o grupo de profissionais dentro da comunidade científica estava para sempre dívidido em dois campos. Tinham-se inventado "os pseudo-cientistas" também sobre Marte , fruto de uma má resposta do sistema aos primeiros trabalhos de investigação sobre anómalias marcianas que obtiveram resultados por demais alarmantes para certos sectores da sociedade americana (principalmente o religioso) e como tal um manto de silêncio caiu sobre o tema por parte das entidades. As mesmas que foram as culpadas desde essa altura por toda a situação em que ainda estamos hoje no que concerne á cada vez maior possibilidade de que haverá algo muito antigo á nossa espera no apelidado - Planeta Vermelho.
Até porque como poderão ler daqui a pouco, por caves da conspiração é que os cientistas que se interessam cada vez mais por este assunto não andam. Na sua maioria ainda hoje practicamente todas as pessoas que insistem em continuar a tentar dar credibilidade a este tema, são pessoas com carreiras académicas e científicas perfeitamente normais e alguns até brilhantes no seu campo. Isto para descontentamento de muito auto apelidado céptico que preferiria certamente que quem tivesse originado toda esta discussão tivessem sido realmente os tais -"maluquinhos dos ovnis"- e continua com tapas nos olhos a tratar essas pessoas como tal.
Todo este tópico para mal de muita gente partiu do interior da própria comunidade científica dita -séria- e não de um grupo de pessoas anónimas ou leigas no campo das ciências.
Inclusivamente as primeiras análises científicas e fotográficas sérias foram produzidas por uma das pessoas que inventou os mesmos algoritmos que um par de anos depois permitiram o desenvolvimento de tudo o que hoje é programa gráfico de edição de imagem.
Muita gente não faz ideia de que a base daquilo que veio originar o Photoshop passou para o grande público graças aos mecanismos de melhoramento de pixeis que foram precisamente inventados por dois dos principais cientistas que pela primeira vez de forma séria abordaram esta temática.
Bem antes dela ser considerada tabú e alvo de chacota por muito "debunker" que paradoxalmente hoje deve muito do que tem no seu laptop ao estudo inicial feito ás primeiras fotografias da famosa "Cara de Marte".
A descoberta da fotografia tirada pela Viking nos anos 70 veio criar a necessidade de uma ferramenta que pudesse ser eficaz na análise profunda dessa e de outras fotografias anómalas pois na altura não havia ainda nada semelhante; tendo o software sido criado de raíz pelas pessoas que na época julgavam estar a prestar um bom contributo á ciência determinando o melhor possível se haveria realmente possibilidade de existirem mais do que pedras no solo marciano.
As mesmas pessoas que em breve se viram em grandes complicações junto dos seus colegas, apenas porque...se calhar não deviam ter feito o seu trabalho tão bem feito.
Isto porque alguém se esqueceu de lhes dizer que não valia a pena eles terem perdido tempo a investigar a hipótese arqueológica nessas famosas fotografias, simplesmente porque estas - não podiam existir !
Os profissionais que insistiram, viram as suas reputações beliscadas e muitas vezes completamente destruidas. Embora muitos não tenham baixado os braços e apesar de não disporem sequer de uma máquina publicitária poderosa, há mais de trinta anos que incomodam quem gostaria que alguns factos ainda não tivessem vindo a público por razões que irei abordar mais adiante novamente, mas que certamente já imaginam quais são se leram anteriormente as páginas sobre a Face on Mars.
E já agora antes que me critiquem por isso novamente refiro que não me irão ver ser própriamente politicamente correcto para com os "debunkers" (especialmente os "debunkers amadores"), pois na verdade passei demasiados anos em discussões cíclicas com muitos deles para ainda manter qualquer respeito pela sua forma de actuar não apenas desonesta, mas muitas das vezes pura e simplesmente estúpida e completamente desinformada.
Não tenho nada contra quem é céptico, até porque especialmente neste assunto, se essa pessoa inclusivamente viver em Portugal é mais que natural que a sua opinião seja apenas baseada naquilo que viu na televisão, em peças de telejornal por demais "incompletas" ou em documentários mainstream que apenas publicitam os feitos gloriosos da ciência espacial americana.
Se depois de ler um trabalho como o meu, alguém fizer umas investigações por conta própria e continuar céptico sobre a proposta por mim está no seu pleno direito e não condeno de todo essa tomada de posição.
O que eu não suporto são atitudes de puro debunking por detrás do desconhecimento e da teimosia tendo por base uma classificação acusatória de -pseudo ciência- que neste caso só existe mesmo na cabeça de quem insiste em continuar a desmistificar tudo, sem procurar saber nada sobre o assunto.
Por esses não tenho qualquer respeito e não me verão ser mínimamente complacente ou politicamente correcto em dizer o que penso, até porque já lidei com muitos durante anos e este site inclusivamente é também o resultado da minha falta de paciência para voltar a apresentar e discutir isto em público; porque sinceramente não há mais paciência para os previsíveis comentários e ataques desinformados atirados ao ar como sendo verdades científicas absolutas -provadas pela ciencia de verdade- que para alguns mais se parece com um culto religioso do que com desejo de conhecimento.
Principalmente porque como volto a referir, a teoria arqueológica marciana não foi originada e suportada durante décadas por pseudo cientistas ou sonhadores leigos saídos do público anónimo, mas sim por cientistas tão legitimos quanto aqueles que os debunkers consideram ser a sério só porque aparecem na tv muitas vezes.
Óbviamente que há excepções e a internet está cheia de coisas absolutamente rídiculas como já referi e mostrei no prólogo deste trabalho, mas são sempre fácilmente desmontadas até porque têm a tendência de se apropriar de conclusões científicas legitimas da investigação independente para fundamentarem muitas das suas teorias inacreditáveis sobre - os nossos irmãos do espaço - e outras imbecilidades New Age.
Mas são casos que não podem de todo ser confundidos com o grupo independente de académicos que desde há décadas vem trabalhando sobre este tema de forma séria e legítima.
De contrário até eu há muito já teria desistido de seguir esta temática e estaria de bom agrado do lado do céptico mais acérrimo.
Mais de vinte anos de "guerra científica", principalmente de caracterísiticas essencialmente politicas com a Nasa será por agora no minimo uma boa razão para que até o mais céptico de vós fique com curiosidade para pensar num tema que se calhar nunca levou minimamente em consideração; principalmente se tiver visto o que tem passado sobre ele nos nossos telejornais ao longo dos anos e onde os reportéres têm feito o pior trabalho jornalístico de que há memória em qualquer tema de teor científico, sempre em concordância com toda a aura de descrédito que desde há décadas continua a vir de certos sectores que estão já por demais envolvidos em toda a bola de poeira marciana gerada por este tema fascinante, bem mais sério do que normalmente é transmitido à opinião pública.
Começemos então pelo princípio.
Tomei conhecimento desta história há mais ou menos 30 anos atrás. A minha primeira introdução a esta polémica aconteceu julgo, em finais dos anos 80 e foi através da CNN. Estávamos na altura em que muitas câmaras municipais montaram antenas parabólicas em várias cidades de Portugal e nesse tempo apanhava uma dezena de canais estrangeiros (que eram total novidade por cá), Sky Movies, Sky News, BBC e também a CNN.
Um dia qual não é o meu espanto quando vejo um senhor com uma foto daquilo que parecia ser uma cara em pedra, afirmando que se tratava de uma foto tirada em Marte.
Ainda não existia internet e por isso os leitores mais novos, nem imaginam a dificuldade que havia para conseguirmos arranjar sequer a mínima informação sobre o assunto. Não haviam livros destinados ao grande público sobre o caso (muito menos em Português), quanto mais conseguir aceder a informações ou a algum tipo de provas que pudessem no mínimo garantir-me que tudo isto seria algo interessante de continuar a acompanhar.
Comecei por juntar alguns recortes, noticias e artigos que de vez em quando iam aparecendo nas revistas que chegavam a Portugal editados em países como a França, Espanha, Italia, Russia (traduzidos para inglês), Inglaterra e Eua.
Durante a "minha investigação" pessoal já passei por todas as fases e também eu já olhei para isto como sendo algo bom demais para ser real. Mas actualmente e depois de ter passado tanto tempo a seguir o tema passo a passo, cada vez me convenço mais de que há aqui realmente algo de muito interessante ao contrário do que os media dizem sobre o assunto. Especialmente os media portugueses que neste tópico sempre tiveram as piores e mais mal investigadas peças jornalísticas que encontrei até hoje.
Afinal como todos sabemos, estas coisas só existem na ficção-científica.
Durante anos, li bons artigos, artigos-assim-assim, artigos péssimos e outros ainda totalmente ridículos sobre o assunto. Notem que muitos dos textos e artigos que me chegavam às mãos chegavam muitas das vezes, já com um atraso de anos e anos e muitas coisas que eram verdades absolutas nuns artigos, noutros já tinham um ponto de vista diferente. Ainda por cima a maioria dos textos sofriam de uma falta gritante de "provas". Não relativamente ao que supostamente poderia existir em Marte, mas provas em relação à veracidade dos relatos de bastidores e discussões entre apoiantes e opositores. Como poderia eu ter a certeza que muitas das situações alguma vez poderiam ter ocorrido realmente? Não podia. Havia "o diz-que-disse", mas encontrar um depoimento pessoal de alguém cientificamente credível (e que eu pudesse comprovar), que num artigo apoiasse abertamente quem tinha uma opinião diferente da Nasa sobre o assunto, era algo que pura e simplesmente não existia.
Assunto encerrado nos media.
O que se sempre se encontrou foram os depoimentos relativos a pessoas do lado dos cépticos (particularmente do lado dos debunkers), facto que obviamente contribuiu ainda mais para a ridicularização de quem tentava apresentar qualquer estudo sério sobre o tema e menos ajudou na percepção da opinião pública sobre o mesmo.
Um tema que na verdade deveria fazer parte dos deveres da chamada ciência séria, que no mínimo tinha a obrigação de investigar os enigmas e não rejeitá-los imediatamente ao contrário do que aconteceu na altura em conferências de imprensa relâmpago assim que qualquer ideia menos politicamente correcta ameaçava a ortodoxia científica estabelecida.
Praticamente toda a informação que eu tinha no início sobre tudo isto era a partir de fragmentos de imprensa do início dos anos 80. Muitos totalmente obsoletos à data que me chegavam às mãos, outros de conteúdo que não se poderia levar a sério.
Pessoalmente adoraria saber que toda esta informação fascinante já disponível estava a ser abertamente apresentada a toda a gente provocando uma saudável discussão, mas na realidade isso não acontece, pois só chega junto do grande público a posição oficial de uma ciência supostamente -a sério- que se esforça por passar uma constante imagem de homogeneidade e concordância absoluta quando esta na realidade não existe entre cientistas dentro do próprio sistema.
Pois como eu já referi, praticamente toda a gente que investiga a Teoria Arqueológica Marciana de forma séria saiu precisamente dos quadros da comunidade científica que os debunkers tanto parecem adorar, mas apenas quando lidam com assuntos que estes pseudo-cépticos consideram como - reais.
Ora vamos então aos factos. Mais uma vez chamo a atenção dos cépticos para toda a idoneidade jornalística e científica das fontes que refiro na minha exposição. Informação sobre os currículos dos intervenientes segue mais à frente quando oportuno ou o leitor terá de procurar confirmar por si próprio mais tarde.
Só uma nota mais para dizer que este trabalho, não segue, não quer seguir nem nunca seguirá o novo acordo ortográfico prestes a entrar oficialmente em vigor em Portugal e por isso, azar.
Voemos até Marte então.
Já agora apenas mais uma achega em relação à palavra - "céptico" - que julgo ser necessária neste ponto.
Vou usá-la muitas vezes como sinónimo para Nasa enquanto instituição ou para o -"sistema académico (mainstream) ortodoxo e oficial"- por ser mais fácil, de modo a não encalhar a minha narrativa, mas faço-o contrariado, pois a palavra não tem de modo nenhum o significado moderno negativo que lhe é atribuído pelo público moderno.
Céptico, significa na realidade - "aquele que procura a verdade", mas na falta de um sinónimo mais curto é esta palavra que passarei a usar como exemplo para quem segue o sistema vigente, embora bem vistas as coisas se há aqui um -céptico- sou eu e muitos como eu, pois apenas gostaríamos de alguma vez poder obter e confirmar as respostas que procuramos.
Na realidade a minha posição sobre este assunto não pode ser mais clara. Não defendo que tudo o que tem sido alvo de controvérsia sejam verdades incontestáveis ou certezas absolutas. Errar é humano e não tenho dúvidas nenhumas que até a melhor teoria agora apresentada poderá não passar de uma pura ilusão mesmo para quem tem conhecimento e credibilidade científica suficiente para acreditar o contrário.
E isto é válido para os dois lados, apesar da minha posição neste assunto não ser naturalmente de neutralidade, pois sigo o assunto em detalhe há mais de trinta anos e se ainda não tivesse tomado uma posição sobre esta questão, então nem tinha nada que estar aqui a escrever textos sobre Marte.
Se calhar quem está do outro lado estará carregado de razão. Agora, não posso também partir do principio que existe alguém que tem todas as respostas só porque acha que se encontra do chamado - “lado oficial da ciência” - ou da dita - “ciência a sério” - como os auto-proclamados cépticos que encontramos em muitos forúms aqui em Portugal gostam de apelidar, pois como por exemplo, foi independentemente demonstrado há pelo menos dois anos, completamente ignorado oficialmente e por último finalmente oficializado pela Nasa a diferença entre a ficção-científica e o facto-cientifico cada vez, está mais, não nas descobertas mas sim no tempo que politicamente se leva a chegar à oficialização das mesmas.
Quer muitos debunkers queiram aceitar ou não, existem elementos verdadeiros suficientes para uma construtiva discussão aberta e muito produtiva sobre o verdadeiro Marte que possivelmente espera por nós. Um Marte que por muitos motivos da parte de quem se encontra no topo da pirâmide académica (essencialmente americana), tarda em ser levado junto do conhecimento do grande público de modo a ser discutido como já deveria estar a ser há muito; não apenas por aqueles que já estão interessados mas também por quem se calhar, por nunca ter visto ou ouvido nada sobre isto num telejornal com a abordagem séria que merece, continua a pensar que este será o típico assunto que só servirá para entreter os cromos da ficção-científica e os gajos das conspirações.