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PARTE 2

Afinal havia outra.

 

 

A partir de 1976 e após a conferência de imprensa oficial "provando" ao público que a Face on Mars não passava apenas de uma ilusão de óptica provocada por luz e sombras, extraordinariamente a famosa imagem, ("Frame 35A72") evaporou-se literalmente da face da terra.

Não fora a conferência de imprensa e nunca teria havido uma prova pública de que a fotografia alguma vez tinha existido. Até aos cientistas (empregados Nasa), que pediam para ver pessoalmente a tão famosa foto era lhes dito que ninguém fazia ideia por onde a imagem andava.
Isto depois desta se ter tornado tão icónica e ter entrado imediatamente na cultura popular da altura; não tinha lógica nenhuma porque quanto mais não fosse por ter entrado na cultura popular deveria ter sido arrumada, pelo menos em arquivos que supostamente deveriam estar no mínimo organizados, visto existirem na altura já milhares de fotos de Marte.
De outro modo como alguém poderia organizar um estudo cientifico sério sem antes ter de perder meses à procura de uma foto específica no meio de tanto material espalhado ?

 

Mas a verdade é que a fotografia original, oficialmente estava perdida e nunca mais ninguém voltou a vê-la.

 

Entram o Dr.Vicent DiPietro e o seu colega Greg Molenaar.

Não vou agora colocar aqui uma extensa biografia pois nem há espaço para o currículo de cada um e além disso se já leram os capítulos sobre a Face on Mars, já ficaram com uma ideia do que irei detalhar a seguir.
Como disse no início deste livro, a melhor maneira de tratar um tema como este é precisamente cruzar informação dentro de cada contexto; especialmente se este for singular e portanto alguma repetição de informação será sempre inevitável.

Portanto voltando aos dois cientistas em questão, como informação relevante destaco o facto de que eram ambos engenheiros informáticos contratados pela Nasa  como especialistas em análise de imagem com uma longa carreira dentro do próprio sistema.
Já na altura o eram e continuam hoje a fazer parte da vanguarda científica no que toca principalmente ao campo da análise de imagem. Como já referi algures noutra parte deste livro, para terem uma ideia, se muitos de vocês hoje têm um Photoshop instalado no computador, podem agradecer em parte a existência desse software a estes dois senhores, pois foram eles os responsáveis pela criação dos primeiros algoritmos modernos que hoje em dia são usados quando ampliamos uma imagem digitalmente.


Após comprovarem a eficácia do seu novo algoritmo de imagem, DiPietro e Molenaar, decidiram que nada melhor do que a famosa foto da Face on Mars para servir de teste definitivo. Se finalmente havia ao dispor da ciência uma ferramenta moderna que poderia ajudar a Nasa a provar de uma vez por todas que a "Face" era uma formação natural seria o seu novo software de análise de imagem e portanto seria a oportunidade e a combinação perfeita.


Uma nota à parte para dizer que nesta altura os boatos sobre estátuas em Marte continuavam, pois apesar de tudo aquela imagem ficou imediatamente na imaginação popular mesmo após a desmistificação oficial. DiPietro e Molenaar tinham a melhor das intenções e queriam acabar de uma vez por todas com as fantasias dos boatos pois eles próprios estavam certos de que tudo não passaria mesmo de formações rochosas naturais esculpidas pelo vento tal como ditava a cartilha oficial. E foi com o propósito de provar isso de uma vez por todas que se lançaram com o seu novo algoritmo numa análise bem mais cuidada da famosa e evasiva foto.
 

Como oficialmente ninguém fazia ideia onde a fotografia original estaria, os dois homens decidiram empreender uma pequena "investigação clandestina" e durante meses vasculharam todos os arquivos que podiam. Sempre sem resultado até que em 1979 finalmente alcançaram os seus objectivos.

 

Ou quase…


Encontraram "enterrada" num dos arquivos completamente deslocada da sua ordem numérica, não a fotografia original mas uma segunda foto da mesma Face on Mars, fotografia esta tirada muitos dias mais tarde em relação à original e desta vez de um ângulo diferente.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ainda mais surpreendidos ficaram quando a outra face da Face on Mars aparecia agora na fotografia iluminada pela luz nesta nova imagem e parecia ser praticamente simétrica à face representada no outro lado, (agora obscuro mas que tinha aparecido iluminado pelo sol na fotografia original).
Encontrarão muita informação sobre isto juntamente com imagens nos links que lhes darei mais à frente.
Devem recordar-se que na primeira parte desta minha exposição, referi que durante a conferência de imprensa oficial a Nasa havia destacado o facto de que tinha tirado uma segunda fotografia e que essa foto tinha provado definitivamente que tudo não passava de um efeito da natureza.

Pois, tal fotografia não só, não tem qualquer relação com a fotografia descoberta por DiPietro e Molenaar, classificada como segunda imagem, como se veio a descobrir e a provar mais tarde que
a tão apregoada e reveladora segunda fotografia que teria sido tirada horas depois afinal nunca existiu !
Apesar de ter sido referida na conferência de imprensa como sendo a prova definitiva a favor da naturalidade da anomalia e que desmistificou junto do público a descoberta da foto original com a Cara de Marte.


Alguém estaria a mentir.


Com a rapidez com que a Nasa organizou a conferência de imprensa era impossível que tivessem obtido uma fotografia que provava o que pretendiam desmistificar. E porquê ?
Porque, como se veio a descobrir mais tarde, a tão apregoada segunda fotografia teria de ser uma fotografia nocturna, facto que parece que alguém se esqueceu de mencionar durante a conferência de imprensa de desmistificação.

Tinha caído a noite sobre Cydonia e nunca uma fotografia em condições poderia ter sido tirada a tempo para uma análise científica rigorosa concludente até à altura em que tudo foi prontamente desmistificado no agora famoso comunicado à imprensa sobre o tal "truque de luz e sombra".

Notem que durante esse anúncio aos jornalistas,
nunca fora mostrada pela Nasa qualquer segunda fotografia à imprensa.


Apenas lhes foi dito que essa nova foto existia e uma ampliação embaciada da imagem original foi mostrada aos media. Os responsáveis da agência espacial, nomeadamente Carl Sagan que teve um papel muito activo em tudo isto, limitaram-se a explicar ao público que a Nasa tinha encontrado a prova de que tudo era natural numa segunda foto e portanto já podiam ir todos para casa porque agora os cientistas tinham de tratar de ciência a sério (nem faltou a tão clássica "piadinha" sobre os homenzinhos verdes para terminar em descontração).

 

Concluíndo, oficialmente para a Nasa :

Mas a história não ficou por aqui....
Acontece que devido às investigações dos chamados conspiradores, malucos e afins, quase 20 anos mais tarde
a Nasa foi forçada a admitir em comunicado à imprensa, que no que respeitava à desculpa inicial relativa à segunda foto da  Face on Mars  tinha havido um pequeno erro de interpretação e afinal a fotografia que provava que tudo era apenas um truque da natureza não tinha sido tirada logo a seguir, mas sim durante uma outra órbita (data imprecisa) muitos dias mais tarde e durante o dia.

Apesar desta pequena correcção a Nasa concluiu o comunicado afirmando que mantinha toda a sua versão sobre a natureza da "Face", afinal como era sabido, as Viking provaram definitivamente que Marte era um mundo morto, pois se nem sequer havia água, nunca podia ter havido qualquer tipo de vida no planeta e como tal esse facto anulava automaticamente qualquer especulação sobre possíveis artefactos arqueológicos. Caso encerrado mais uma vez.


Curiosamente hoje em dia parece haver uma espécie de falha de memória geral nos documentários oficiais sobre o planeta vermelho, pois todos eles actualmente passam a ideia de que esta coisa da Nasa ter jurado a pés juntos que não havia vida em Marte, nunca aconteceu nem poderia ter acontecido de acordo com os resultados das Viking.


Hoje em dia a versão oficial raramente faz qualquer referência ao facto de menos de três décadas atrás (mal ou bem) o mainstream americano ter declarado Marte um mundo totalmente morto e sem qualquer hipótese de alguma vez ter podido albergar vida, inclusivamente microscópica como ficou -“provado”- nos resultados das experiências que contrastaram com o que o Dr Levin encontrou na altura e contradisseram toda a sua descoberta.

Agora nisto tudo a Nasa não conseguiu evitar ter de vir a público defender-se da implicação dos factos apresentados pelos seus dois empregados e fundamentada com provas fotográficas.
E pergunta o leitor: - então mas onde raio é que esses tipos foram desencantar essas supostas fotografias ?!! Não estava tudo em segredo e guardado a sete chaves ?

Perguntam bem meus amigos e a resposta não podia ser mais simples.

Mas ainda não a vou dar agora, pois tem a ver novamente com outra altura em que a Nasa teve de vir novamente a público justificar também novas "inverdades" como se tornou depois bastante comum ao longo dos anos consoante o desenvolvimento de toda esta polémica, mas que por curiosidade, mais uma vez nunca ficou impresso na memória popular.

Talvez porque nunca passou na televisão. Muito menos em Portugal.


Curiosamente em nenhum dos comunicados de "arrependimento" aos media a Nasa alguma vez organizou uma daquelas conferências de imprensa tão prestigiosas de que tanto gosta de fazer quando isso lhe dá prestígio. Mandaram em vez disso, uns paragrafozinhos para os jornais (o mínimo possível) e actualmente só admitem que o fizeram quando confrontados directamente em debate público. Podem encontrar algumas destas raras mea-culpa se procurarem por talk-radio de rádio americana onde houve entrevistas relacionadas com este ou demais tópicos marcianos.


Infelizmente, relativamente a este assunto de momento só posso remeter o leitor para  links que darei mais tarde e para referências em livros que poderão consultar, se desejarem obter mais dados comparativos concretos que poderão eventualmente convencê-los da veracidade do que aqui afirmo.


Infelizmente também, na altura em que tive oportunidade de ler com os próprios olhos estes comunicados da Nasa eu ainda não tinha por hábito gravar "htmls" e por isso agora não lhes posso dar mais referências directas sobre o assunto. Julgava eu na minha ingenuidade, dada a importância quase histórica da declaração (afinal a Nasa nunca errava), que seria depois muito fácil voltar a encontrar essas páginas nos arquivos do site oficial da Nasa e afins. Estamos sempre a aprender.


Pelo menos da última vez que procurei nem sinal do assunto.
Parece que no site da Nasa só ficam em arquivo as façanhas técnicas e o resto eclipsa-se.
Ou então se calhar arquivaram esta parte menos gloriosa mas não a ligaram à base de dados de um mecanismo de “search".


Obviamente que a minha afirmação tem a validade que tem, mas eu tive o prazer de ouvir em directo num debate, o coitado do senhor que arranjaram como representante da Nasa admitir tudo o que eu já tinha lido nessa mesma semana na internet. Foi um momento de rádio fascinante. Especialmente as partes com longos silêncios quando ele parava para pensar no que poderia dizer a seguir.
Um verdadeiro clássico da rádio que infelizmente nem sequer cheguei a gravar, pois na altura estava plenamente convencido que não ia sair nada de significativo da intervenção, visto que se tratava apenas de um pequeno apontamento de debate dentro de um tema mais generalista sem qualquer ligação a esta temática. Por isso ainda foi mais interessante e surpreendente ter ouvido algo assim no preciso momento em que essas palavras estavam a ser engasgadamente proferidas sem grande convicção pelo senhor da Nasa.


 

Mas voltemos com DiPietro e Molenaar e à altura em que a segunda foto da Face on Mars foi encontrada perdida nos arquivos.

Na mesma fotografia da área na qual se encontrava a nova versão da Face, os dois cientistas repararam que a 15km a sul existia mais uma formação anómala precisamente também pela sua geometria.
Foi a descoberta de uma estrutura em forma de pirâmide com cinco lados que hoje em dia se conhece como a
"D&M Pyramid" (Dipietro e Molenaar) cujo as proporções matemáticas, segundo os entendidos na área não poderão existir em nenhuma formação geológica semelhante se esta for esculpida por processos de erosão natural.
Pelo menos de acordo com o que se conhece deste tipo de processos no que toca ao nosso planeta Terra.

Independentemente das explicações que os cépticos afirmam ser óbvias para eles em discussões sobre isto,  hoje continuamos ainda a tentar recriar em laboratório os mesmos efeitos que provem que a "D&M" é apenas outra montanha, mas até agora os resultados apenas apontam para a impossibilidade natural no que toca a qualquer explicação geológica definitiva. Para o mainstream não há nada de estranho nisto e é apenas mais um mistério remetido para aquela prateleira de coisas que não se comentam.


Pessoalmente, há uma coisa que eu detesto nesta polémica sobre Cydonia. Curiosamente tem a ver com alguma da argumentação inicial por parte do inicial divulgador deste tema Richard Hoagland de quem já falarei mais adiante.


Toda aquela vertente (pseudo?) matemática da análise geométrica da região sempre me pareceu bastante inconsequente e não a considero de forma nenhuma a evidência que alguns asseguram ser a chave para que se prove a artificialidade da região.
Talvez porque eu não seja matemático e portanto não tenha particular interesse nesse tipo de dados porque simplesmente não tenho capacidade para chegar a qualquer conclusão quando olho para eles.
Sendo assim penso que um dos grandes calcanhares de Aquiles em tudo isto e principalmente na abordagem pessoal de Hoagland ao tema, está precisamente na insistência de que toda a análise matemática em tom mais abstracto à volta das anomalias será a tal prova irrefutável por ser -óbvio- que tudo aquilo quererá dizer alguma coisa e todos nós devíamos estar absolutamente convencidos por aqueles números e diagramas.


Neste aspecto estou com os cépticos por vários motivos. Primeiro porque acho que é um verdadeiro erro tentar trazer este tema para junto da opinião pública genérica apresentando-nos matemática pura que nenhum de nós tem qualquer capacidade para confirmar. Se calhar tudo estará perfeitamente correcto mas eu enquanto parte integrante do público anónimo preferia que me demonstrassem a validade da proposta artificial de muitas anomalias de Cydonia através de -evidências- menos abstractas e até subjectivas.


Pelo menos numa primeira abordagem.
Como tal sempre achei todas aquelas fórmulas e diagramas matemáticos à volta da interpretação de Cydonia algo inconsequentes e até um pouco ridículas.


Portanto a mim não me espanta que desde há anos um dos grandes contra argumentos cépticos esteja na subjectividade dos próprios números. Desde há muito que a grande guerra dos sites cépticos tem vindo a ser também a propósito de péssima matemática, que segundo muitos envolve os números e diagramas matemáticos que Hoagland tanto tenta apresentar ao cidadão comum como sendo uma prova totalmente -óbvia- da artificialidade em Cydonia.


Sendo assim não é de admirar que os argumentos contra e a favor sobre o aspecto matemático da questão pareçam eternizar-se e sofrer várias mutações, revisões e sequelas à medida que os anos passam. Recentemente saiu mais um video bastante interessante que aparentemente desmonta de forma perfeitamente racional toda a -palha- matemática apresentada por Richard Hoagland ao longo dos anos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Perante um video assim muita gente perguntar-se-à se isto já não terá ficado perfeitamente desmontado e portanto tudo o resto a partir daqui será inconsequente. Para o céptico interessado, este tipo de propostas com uma conotação racional tão séria quanto a que está apresentada no video chega e sobra para comprovar que não há realmente nada para ver neste caso; e poderá bem ser sem qualquer problema.


Até porque não pensem que a comunidade científica independente que gravita à volta deste assunto está toda em sintonia com o que Hoagland apresenta. Longe disso em muitas alturas, até. O que não quer dizer que estejam obviamente em concordância com o lado céptico. Na verdade sempre existiram muitas vertentes de investigação e no entanto quando há qualquer ataque de debunking aquilo que vem sempre a público é a ideia de que tudo estará facilmente desmontado porque se consegue apanhar Richard Hoagland em fantasias conspirativas.


O grande trunfo dos cépticos e debunkers, é o facto de conseguirem colocar tudo no mesmo saco e esse é precisamente o argumento que deve ser combatido.


Ao contrário do que aparenta, Hoagland pode ser um dos grandes divulgadores deste assunto (e com muito mérito positivo) mas não é actualmente o centro de tudo o que se passa ao redor das investigações independentes sobre Marte já há muito tempo, pois há gente por todo o lado a trabalhar nos mesmos dados e que nunca teve nada a ver com Richard Hoagland. Inclusivamente fora dos Estados Unidos, na Alemanha, na Russia, no Japão e na Australia.

Tal como Arthur C.Clarke também tinha o seu pequeno grupo de investigação, pelo mundo fora existem desde há muito pequenos outros núcleos de cientistas que inclusivamente fazem da Teoria Arqueológica Marciana um hobby, incisivamente pessoas ligadas à ESA que no entanto se mantêm verdadeiramente independentes.

Na verdade algumas das melhores corroborações de dados sobre este tema têm saído precisamente de núcleos independentes que acabam por cruzar informação e resultados na altura certa. Alguns centralizados por Richard Hoagland é certo, mas isso não significa que a pessoa a atacar seja precisamente ele.
O problema é que Hoagland actualmente é um alvo fácil e nada melhor para os cépticos do que repetir constantemente informações incompletas ou segmentadas erroneamente para fazer crer que tudo o que está à volta da Teoria Arqueológica Marciana não passa de ciencia-tabloide.
Por isso desenganem-se se pensam que qualquer argumento racional, científico e céptico desmonta toda a Teoria Arqueológica Marciana apenas porque ataca muitos dos dados mais abstractos (e porque não, até -verdadeiramente conspirativos- apresentados por Hoagland).


A proposta sobre a artificialidade de algumas coisas em Marte não depende de todo de Cydonia nem da visão de Richard Hogland e a região até poderia ser muito bem toda natural que não faria grande diferença para alguém que se interessa pelo tema, pois Marte está pejado de anomalias bem mais interessantes e bem mais -evidentes- mas que no entanto nunca são comentadas ou tão popularizadas como aconteceu com a Face on Mars ou com a região de Cydonia.
Cydonia que se tornou até por razões históricas no centro da discussão por ter sido na sua essência a origem de toda a  polémica. Só que ao contrário do que a Nasa sempre tentou fazer crer a Teoria Arqueológica Marciana a partir de certa altura tornou-se muito mais do que apenas a polémica da Face on Mars.
Acontece que no entanto, quem como eu já acompanha este tema há aproximadamente quase 30 anos, está mais que habituado a ver argumentos extremamente racionais com provas que demonstram de forma inequívoca que tudo não passa apenas de uma divertida teoria da conspiração.

No entanto não é por existirem -provas- absolutamente científicas sobre muitas questões marcianas que depois mais tarde não se vem a demonstrar exactamente o contrário do que foi inicialmente provado pelo sistema.


Recentemente a existência (e aceitação) dos actuais céus azuis marcianos, quando até há dez anos a ciência oficial tinha provado por A+B que estes eram de uma total impossibilidade científica, é um bom exemplo.


Da mesma forma quanto o que aparece agora demonstrado no video que desmonta a teoria matemática de Hoagland, surja irrefutável aos nossos olhos ou apele ao pensamento racional do céptico mais honesto.
Na verdade o video que desmonta toda a vertente matemática de Hoagland pode ser novo (nesta versão), mas
a sua argumentação já anda a ser discutida há pelo menos duas décadas e inclusivamente já houve trocas de pontos de vista entre os dois lados da questão há muito.


Por isso desenganem-se aqueles que agora vêm o video e ficam perfeitamente convencidos que depois daquela argumentação aparentemente científica e tão racional do lado “céptico”, agora não haverá mais nada para dizer sobre o tema; porque até já houve.
Actualmente em Maio de 2014, o video está agora a ser apresentado como um novo desafio àqueles que propuseram a vertente matemática de Cydonia como se tudo o que estivesse agora aqui argumentado, já não tivesse sido antes discutido ou sido alvo de contra argumentação.

O efeito que isto vai provocar no público que chega agora a este tema é criar a ideia que -agora- é que vai ser bonito e toda a gente já argumenta estar à espera da resposta a estes -novos dados- quando
na verdade estes dados são tudo menos novos e já tiveram resposta em detalhe, caso a caso, há bastante tempo.
Não apenas da parte de quem formulou a proposta matemática original a propósito da eventual artificialidade de Cydonia mas de outros que inclusivamente concordam com os mesmos números que agora aparentam estar tão bem desmontados nesta nova investida do debunking.

O argumento de que toda a matemática que está presente na proposta saída de Hoagland tem falhas que nunca mais acabam é mais uma vez redundante. E pior ainda, não só é redundante mas é absolutamente inútil pois mais uma vez o público que não perceba nada de matemática profunda não pode verificar por si mesmo os argumentos de qualquer um dos lados da questão.


Nós enquanto público anónimo, mais uma vez vimo-nos divididos em dois campos. De um lado o grupo dos cépticos que se regozijam por finalmente (julgam eles) ter aparecido uma explicação totalmente racional que justifica toda a sua posição. Do outro lado, os acérrimos apoiantes de Hoagland que insistem em confiar também em quem lhes garante que a matemática está correcta e tudo em contrário não passa de debunking profissional puro e simples.


Então e quem está no meio ?


Sim, porque nesta questão há aqui um lado do meio e que é aquele em que eu me encontro.
Por um lado eu também não morro de amores pela proposta matemática de Hoagland pois sempre a achei uma palhaçada subjectiva. Se calhar fruto da minha própria ignorância ou desinteresse por este tipo de provas técnicas que eu não posso comprovar com o que conheço. Por outro lado eu já acompanho isto há tempo suficiente para perceber que o cerne desta polémica não é se a razão está de um lado ou do outro, pois eu acredito sinceramente que está mesmo no meio da questão.


Se por um lado eu não acredito que toda a gente na Nasa estará metida numa grande conspiração para ocultar artefactos marcianos do público mundial sendo todos os cientistas cépticos um bando de debunkers profissionais, também não acredito que tudo o que sai do lado contrário esteja certo. Em particular do lado de Hoagland que independentemente do mérito que eu lhe atribuo enquanto divulgador também não deixa de ter a sua grande quota de responsabilidade na forma como este assunto continua a ser ridicularizado por muito céptico.


O que eu acredito é que sendo Cydonia uma zona contendo artefactos arqueológicos ou não, pessoalmente penso que enquanto não obtivermos imagens aéreas realmente limpas de todas as zonas polémicas a discussão irá ser sempre subjectiva tanto para um lado como para o outro se ambos os lados tentarem provar ou desmistificar o assunto argumentando através de justificações matemáticas que o comum dos mortais não pode comprovar por sim mesmo.


Por outro lado manter o assunto neste plano não deixa de ser uma boa táctica de desmistificação do tema e uma boa forma de levar muita gente a manter-se céptica, especialmente quando mais uma vez se joga com uma ideia de total racionalidade científica; algo que cai como uma luva para solidificar a posição dos cépticos que perante argumentos assim continuarão ainda por muito tempo convencidos de que não haverá mesmo nada para ver em Marte a não ser pedras e pó.


Por isso a Nasa nunca esteve interessada em mostrar ao público fotografias reais das anomalias mais polémicos. Nada melhor do que fomentar uma dúvida constante para incentivar o cepticismo e proteger uma posição política sem muito esforço.
Se este assunto fosse tão óbvio assim e tão fácil de mostrar o quanto tudo não passam apenas de montanhas, se calhar nenhum cientista se debruçaria continuamente durante tantos anos sobre este mistério e já há muito que não haveria mistério nenhum.


E acreditem-me, cientistas -de verdade- interessados no tema não têm faltado, tanto de um lado como do outro e a questão continua a ser bem debatida independentemente da aparente novidade no ressurgimento de tempo a tempo de vídeos tão racionais como aquele que neste momento desmonta (outra vez) a muito frágil e subjectiva interpretação matemática proposta por Hoagland.
Até
Carl Sagan no seu popular programa "Cosmos" e inclusivamente no seu último livro sobre desmistificações afirmou que toda esta geologia na região de Cydonia (especificamente) merecia sem sombra de dúvida estudos muito mais aprofundados e todas as suas anomalias não poderiam facilmente ser descartadas como simples formações geológicas por mais evidente que isso pudesse parecer ao público. Curiosamente ao contrário do que o próprio Sagan afirmara durante as horas de frenesim mediático que se sucederam após publicitada a descoberta da Face on Mars nos anos 70.

Mas como sobre isto ainda há muito para dizer, até mesmo a quem já leu o capítulo sobre a famosa anomalia com que abro este livro…Voltemos um pouco atrás.

 

A SEGUIR: "Os anos da conspiração.

Conspiradores malucos e pseudo-cientístas"

=

Independentemente de qualquer demonstração de características mais "técnicas", desta vez até mesmo a perfeita simetria do misterioso artefacto salta ainda imediatamente à vista de qualquer pessoa, como podem observar na fotografia.


O que nos leva a concluir que por muito que isto agora nos possa parecer uma simples montanha se calhar por debaixo de milhões de anos de terra, areia e poeira marcianas acumuladas, estará algo realmente bem interessante.
As pessoas continuam com aquela percepção errada de que a existirem monumentos no planeta eles estariam perfeitamente visíveis como se vê nos filmes mas esquecem-se que estamos a falar de um mundo há milhões de anos fustigado por tempestades de areia a uma escala bíblica de que nós nem temos noção por não existir nada possível de ser comparado aqui na Terra.


 

Notem que apesar de se tratar apenas da inversão na posição de um dos lados de modo a simular o lado oposto da estrutura, é visivel que qualquer dos vértices equi-distantes se mantém exactamente na mesma posição independentemente de se encontrar á direita ou a esquerda do centro do "objecto". Notem igualmente o pormenor da posição da D&M também no que toca á localização da própria "Face on Mars". Detalhes mais á frente.

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